20070121

O Referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG)

Embora seja contra o aborto, por princípio sou completamente A FAVOR da DESPENALIZAÇÃO da IVG. O meu voto a 11 de Fevereiro é no SIM.

1. A consciência moral:
Cada qual terá a sua e penso não dever julgar os outros pelos actos que praticam sem conhecer as causas e os dramas das suas vidas. Um NÃO no referendo penalizará a legalidade e atira para a clandestinidade quem pensa na IVG como a melhor solução para a sua vida. Quem não tem dinheiro sofrerá duplamente, pois, além de ter que passar por um trauma irreparável, porá em risco a sua própria vida. Quem tem dinheiro fará, com fuga ao fisco, a sua IVG nas melhores condições. Um SIM, colocará todos os cidadãos por igual perante a lei versus saúde pública.

2. A consciência cristã:
Para quem for cristão a questão do referendo não se coloca. Se não concorda, não pratica! Mas, como refere a bíblia em várias ocasiões, não deve julgar os outros. Não foi essa a mensagem de Cristo para quem apedrejava Maria de Madalena? Por isso, os senhores Padres tenham tento na língua nas homilias pois, ao falarem descuidadamente em nome de Deus podem estar a blasfemar...

3. A questão económica:
Dizem por aí alguns dos movimentos NÃO que vamos todos pagar a IVG! Mas não pagaremos também nesta lei que ainda temos? Vejamos: quanto custa o tempo de prisão de uma mulher e dos agentes que colaboram numa IVG? E, depois, quando as coisas correm mal, quanto custa a recuperação da saúde de quem fez um aborto (aqui chamo-lhe mesmo aborto intencionalmente...)?

Conclusão:
A quem vota não, que o faça em consciência, sem hipocrisias, por princípio e sem qualquer tipo de medo;
a quem vota sim, que vejam na IVG a prática resultante de uma solução difícil de ultimíssimo recurso, depois de tentadas todas as outras vias, incluindo a hipótese de entrega de uma criança a uma família que a possa acolher.