20081111

E de vez em quando um poema descobre-nos

Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.

Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?

Eugénio de Andrade

1 comentário:

Anónimo disse...

Tempo...palavras...amor...
quanta tristeza...
Não é o amor felicidade...